Quanto ganha um Papa? Entenda como vive o líder da Igreja Católica

Com a morte do Papa Francisco em 21 de abril, aumentaram as discussões não apenas sobre quem será o próximo líder do Vaticano, mas também sobre a vida pessoal do pontífice — inclusive questões financeiras. Uma pergunta comum nas buscas pela internet é: o Papa recebe salário? Como ele se mantém?

Francisco, conhecido por sua simplicidade e aversão a luxos, nunca teve um salário fixo. Em 2023, no documentário Amém: Perguntando ao Papa, ele explicou com bom humor como lidava com o próprio sustento.
— Quando preciso de algo, como sapatos, eu peço. Não tenho um salário, mas não me preocupo com isso, porque sei que sempre terei o que comer — afirmou.

Novo líder a caminho

Após o funeral de Francisco, realizado em 26 de abril, o Vaticano deu início ao conclave, processo que elegerá o próximo Papa. Esse período de transição, chamado de Sé Vacante, dura entre 15 e 20 dias e serve para reunir os cardeais eleitores — neste ano, são 135, sendo sete brasileiros.

Tradição de pobreza

A ausência de salário para o Papa tem raízes no voto de pobreza adotado por Francisco como jesuíta, mas mesmo pontífices que não pertenciam à ordem também não recebiam salários formais. Desde sempre, o Vaticano cobre integralmente moradia, alimentação e despesas pessoais do chefe da Igreja. Além disso, o Papa administra um fundo destinado a obras de caridade em diferentes países.

E os bens do Papa, o que acontece?

Quando um Papa morre, inicia-se o rito católico de confirmação de óbito. O cardeal camerlengo, responsável por cuidar da Igreja durante o período sem Papa, chama três vezes o nome de batismo do pontífice e, sem resposta, toca sua testa com um pequeno martelo de prata, declarando: “Vere Papa mortuus est” (“O Papa está morto”).

Logo após, o apartamento papal é lacrado com cera até a escolha do novo líder, e o famoso Anel do Pescador, símbolo da autoridade do Papa, é destruído para marcar o fim do pontificado.

Quem foi Francisco?

Jorge Mario Bergoglio foi eleito em 13 de março de 2013, tornando-se o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro a adotar o nome Francisco. Durante seu papado, destacou-se pelo compromisso com causas como o meio ambiente, o combate à corrupção e a luta contra abusos na Igreja. Também abriu debates importantes, como o papel das mulheres e dos homens casados na vida clerical.

Francisco enfrentava problemas de saúde há anos, incluindo complicações no pulmão, dores no quadril e nos joelhos, além de duas cirurgias — uma em 2021, para tratar uma diverticulite, e outra em 2023.

Apesar disso, sua liderança foi marcada por inovações e tentativas de modernizar a Igreja em um cenário de desafios globais e queda no número de fiéis.

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