Militar diz que documento era só um “pensamento digitalizado”, mas PF interceptou áudios e mensagens sobre o complô
O general da reserva Mário Fernandes confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ser o autor do documento batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que detalha um plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou, no entanto, que se tratava apenas de um “pensamento digitalizado” que não foi compartilhado com ninguém.
Apesar da alegação, a Polícia Federal interceptou conversas e áudios do general com outros investigados, incluindo Mauro Cid, em que se discutem abertamente ações ligadas ao plano. Em uma das mensagens, Fernandes afirma que Jair Bolsonaro teria dito que “qualquer ação” poderia ser realizada até o fim de seu mandato.
O general é um dos alvos do Núcleo 2 da investigação sobre tentativa de golpe de Estado, e foi preso em novembro de 2023 na Operação Contragolpe, ao lado de outros militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro. O grupo inclui nomes como os ex-assessores Filipe Martins e Marcelo Câmara, e os ex-diretores da PF e PRF, Marília Alencar e Silvinei Vasques.