Estado se torna o único no mundo, fora do continente asiático, a produzir quatro minerais estratégicos usados em tecnologias limpas
Goiás acaba de alcançar uma posição inédita no cenário global: tornou-se o único lugar fora da Ásia a produzir, em escala comercial, quatro elementos estratégicos do grupo das terras-raras — neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy). Essenciais na fabricação de ímãs permanentes, esses minerais são amplamente usados em turbinas eólicas, motores elétricos, equipamentos médicos e dispositivos eletrônicos.
A conquista é impulsionada pelo projeto Serra Verde, em operação no município de Minaçu, no norte do estado. A planta iniciou suas atividades comerciais em 2024 e posiciona o Brasil como alternativa estratégica à China, que domina a produção global desses elementos.
A importância do empreendimento garantiu sua inclusão na Minerals Security Partnership (MSP), aliança formada por países como Estados Unidos, Japão e membros da União Europeia, que buscam diversificar a cadeia de suprimentos de minerais críticos. O projeto goiano foi o primeiro da América Latina a integrar o grupo.
Com investimentos de mais de R$ 800 milhões, o complexo de terras-raras deve dobrar sua capacidade produtiva até 2030. A meta é consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores mundiais desses recursos, fortalecendo a indústria nacional de tecnologias sustentáveis.
Além de Minaçu, municípios como Nova Roma, Iporá e Diorama também despertam o interesse de mineradoras nacionais e estrangeiras, que veem em Goiás o novo centro estratégico da produção global de terras-raras.