Levantamento aponta que 54% são contra perdão ao ex-presidente; pesquisa ouviu 2.025 eleitores em 113 cidades
Uma pesquisa do Datafolha divulgada no sábado (13/09) mostra que a maioria da população brasileira se posiciona contra a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos condenados pelos ataques antidemocráticos. Segundo o levantamento, 54% dos entrevistados rejeitam que o Congresso Nacional aprove uma medida que o livre da condenação por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Outros 39% defendem a anistia, 4% não souberam responder e 2% se disseram indiferentes.
O estudo foi realizado nos dias 8 e 9 de setembro, ouvindo 2.025 eleitores em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Além da questão sobre Bolsonaro, a pesquisa também avaliou a percepção dos brasileiros em relação aos demais envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Para 61% dos entrevistados, não deve haver qualquer tipo de anistia; 33% defendem o perdão; 5% não souberam opinar e 1% declarou indiferença.
Outro dado de destaque aponta que metade da população (50%) é favorável à prisão de Bolsonaro, enquanto 43% se opõem e 7% não souberam responder. Sobre a expectativa, 50% acreditam que o ex-presidente será preso em algum momento, contra 40% que não veem essa possibilidade; 10% não souberam opinar.
A pesquisa foi divulgada dois dias após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente recebeu pena de 27 anos e 3 meses em regime inicial fechado, sendo a primeira vez na história que um chefe do Executivo brasileiro é condenado por esse crime. Além do golpe, ele também foi responsabilizado por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Atualmente, desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, em razão do descumprimento de medidas cautelares, como a utilização de redes sociais por meio de terceiros.