Impasse judicial com fazenda trava instalação de polo industrial chinês de R$ 2 bilhões em Águas Lindas

Prefeitura tenta acordo com família proprietária da área para destravar empreendimento que promete até 12 mil empregos no Entorno do DF

Um projeto bilionário de investimento chinês em Águas Lindas de Goiás, que poderia transformar a economia do Entorno do Distrito Federal, está parado por causa de um impasse judicial envolvendo a desapropriação de uma fazenda. A área pertence à família Simonassi e é apontada como essencial para a implantação do Polo Industrial Sol Nascente, que deve receber cerca de R$ 2 bilhões em aportes e abrigar 62 empresas nacionais e estrangeiras.

O município tenta resolver a questão na Justiça, e o caso já chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem decisão definitiva até o momento. Segundo a prefeitura, o terreno foi desapropriado “de forma regular”, e uma nova proposta de acordo foi apresentada aos proprietários. A administração afirma que o processo está sendo mediado judicialmente e que há expectativa de uma solução amigável em breve.

O polo industrial ocuparia 34 hectares e prevê a instalação de indústrias de veículos elétricos, painéis de LED, equipamentos tecnológicos e centros de treinamento e inovação. A estimativa é gerar cerca de 2 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos. Inicialmente, a implantação estava prevista para o final de 2024, mas foi adiada para 2027 devido ao impasse.

De acordo com o processo, a prefeitura depositou R$ 659 mil de um total de R$ 881 mil em indenizações devidas pela desapropriação, valor contestado pela família Simonassi, que alega falhas orçamentárias e falta de previsão legal para a tomada de posse.

O caseiro da fazenda, Agnaldo Alves, de 75 anos, relatou ao portal Metrópoles que funcionários da prefeitura chegaram a enviar caminhões ao local, derrubar caixas d’água e desligar a energia da propriedade, obrigando-o a recorrer a bombas manuais para obter água.

Enquanto o impasse segue sem solução definitiva, o projeto — que conta com investidores chineses de Shenzhen, Zhongshan e Haikou — permanece suspenso, adiando um dos maiores empreendimentos industriais planejados para o estado.

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