Bolsonaro segue internado na UTI após cirurgia de 12 horas: recuperação deve levar até três meses

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após passar por uma cirurgia abdominal considerada complexa. O procedimento, realizado no domingo (13), durou cerca de 12 horas e envolveu a remoção de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal.

A previsão dos médicos é que Bolsonaro permaneça internado por, no mínimo, mais duas semanas. Já o período de recuperação total pode se estender por até três meses, com cuidados específicos e limitações na rotina.

Cirurgia longa e delicada

De acordo com os médicos responsáveis, o ex-presidente chegou ao hospital apresentando um quadro de distensão abdominal progressiva. O chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, explicou que os exames detectaram alterações significativas em curto prazo, o que levou à decisão de operar.

Durante a cirurgia, os médicos encontraram um “intestino hostil”, com diversas aderências e comprometimento da parede abdominal. Essa condição, segundo eles, é consequência direta da facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 e das cirurgias subsequentes.

“O objetivo foi reverter todos os fatores que poderiam provocar novos episódios de obstrução”, disse Birolini.

Recuperação exigirá cuidados e restrições

Nas primeiras 48 horas após o procedimento, a equipe médica considera fundamental manter cuidados rigorosos. Bolsonaro está sendo alimentado por via intravenosa e só voltará à alimentação normal quando o funcionamento do intestino for restabelecido.

Apesar do estado delicado, os médicos afirmam que Bolsonaro está consciente e até mesmo bem-humorado. “Ele já acordou e até fez piada”, contou Birolini, em tom descontraído.

Visitas e compromissos estão suspensos, devido à necessidade de repouso absoluto. Ainda assim, os médicos reconhecem que será um desafio conter o ritmo do ex-presidente. “Ele é muito ativo. Vamos tentar controlar isso dentro do possível”, afirmou o cirurgião.

Boletins diários e expectativa de evolução

A equipe médica, composta também pelos cardiologistas Leandro Echenique e Ricardo Camarinha, e pelos diretores do hospital Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges, deve divulgar boletins diários sobre o estado de saúde do ex-presidente, com autorização da família.

Em uma publicação nas redes sociais, Bolsonaro agradeceu o apoio recebido e garantiu: “Voltaremos!”.

Ele foi transferido para Brasília no sábado (12), vindo de Natal (RN), onde sentiu-se mal antes de participar de um evento político. Esta foi a sexta cirurgia abdominal desde o atentado em 2018 — e também a mais longa e delicada.

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