Conselho reforça necessidade de profissionais formados e diz que custo elevado reduz número de professores nas unidades
A morte de Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, durante um treino de supino em Pernambuco reacendeu o debate sobre a presença de profissionais qualificados nas academias. Para o educador físico e conselheiro do Conselho Regional de Educação Física da 14ª Região, James Barbosa, a segurança dos alunos depende diretamente da atuação de profissionais habilitados.
Segundo Barbosa, a legislação é clara ao exigir que academias tenham educadores físicos formados em atividade. “A academia não pode funcionar sem um profissional de Educação Física formado. Não pode ser apenas um estagiário, por exemplo”, reforçou. Goiás conta hoje com mais de 3 mil academias registradas no Cref, das quais 2,5 mil estão regulares — número considerado positivo em comparação a anos anteriores.
Custo elevado limita contratação de professores
Barbosa, que também preside a Câmara de Registro do Cref, explica que muitas academias operam com déficit de professores por causa do valor da hora-aula. Em Goiânia, o pagamento varia entre R$ 13,80 e R$ 18, o que acaba influenciando o número de profissionais por turno. “O proprietário da academia divide dois profissionais e três estagiários”, afirmou, destacando que essa prática aumenta a carga de trabalho e reduz a supervisão adequada.
Ausência de norma sobre quantidade mínima de profissionais
Apesar das preocupações, Barbosa ressalta que não existe regulamentação que determine um número mínimo de professores por aluno. A competência do Cref é limitada, e a responsabilidade recai sobre os proprietários. “O proprietário que tem uma quantidade enorme de alunos para uma quantidade muito pequena de professores está assumindo um risco”, afirmou.
Ele também chamou atenção para a falta de responsáveis técnicos presentes diariamente para garantir a manutenção e segurança dos equipamentos. Segundo o conselheiro, há casos em que esses profissionais são contratados apenas para cumprir exigências formais, sem participação ativa na rotina da academia.
Categoria ainda é considerada “jovem”
Barbosa destacou ainda que a profissão de Educação Física no Brasil tem cerca de 25 a 27 anos de regulamentação, o que a torna recente em comparação a áreas como o Direito, que possui quase um século de regulamentação pela OAB. Para ele, esse fator contribui para a falta de normas mais rígidas tanto para os profissionais quanto para os estabelecimentos.






