Descubra o que pode acontecer com quem faz PIX de centavos

Os provedores de serviços financeiros decidiram penalizar usuários que costumam transferir valores baixos, entenda

O aumento progressivo das transações utilizando o sistema Pix, incluindo valores mínimos como R$ 0,01, tem suscitado preocupações entre autoridades financeiras e especialistas do setor. Segundo dados do Banco Central (BC) referentes a 2023, foram contabilizadas 35,3 milhões dessas operações, marcando um notável aumento de 43% em relação ao ano anterior.

Embora tais transferências de pequenos montantes sejam comumente empregadas para a verificação de dados, há o registro de sua utilização para comunicação entre usuários, o que, segundo fornecedores, pode afetar a eficácia do sistema. Em resposta, as instituições financeiras estão considerando medidas para lidar com essa questão, incluindo a possibilidade de ajustar a velocidade de processamento para esses usuários específicos.

De acordo com Luis Fernando Maluf, consultor da DataRain e especialista em tecnologia bancária, em declaração ao portal de notícias Terra, as instituições financeiras dispõem de recursos para monitorar transações em tempo real, o que permite a identificação de usuários cujo comportamento prejudica o processamento devido a práticas inadequadas. “Usuários com esse perfil podem ser designados para um processamento mais lento”, explicou.

Maluf destaca ainda o papel crucial da tecnologia nesse contexto, mencionando a importância da computação em nuvem e das plataformas de banking-as-a-service para a infraestrutura do Pix. Contudo, ressalta a necessidade de garantir a escalabilidade e a resiliência do sistema diante do aumento constante na demanda por transações instantâneas, a fim de evitar possíveis interrupções.

Ele também faz projeções sobre o impacto das moedas virtuais, como as Central Bank Digital Currencies (CBDCs), no sistema de pagamentos. Maluf antecipa um crescimento expressivo no volume de operações tokenizadas nos próximos anos, prevendo a migração de transações transfronteiriças para CBDCs devido à sua superior interoperabilidade e automação.

Para Maluf, esse período de “desbancarização” representa uma oportunidade para inovação e expansão dos serviços financeiros instantâneos. Ele destaca o potencial da tokenização, dos contratos inteligentes e das CBDCs para criar uma variedade de novos serviços financeiros, permitindo que as instituições alcancem novos clientes e mercados em um cenário cada vez mais digital e ágil.

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