Golpe de festim e suprema humilhação’: De tornozeleira, Bolsonaro comenta operação da PF

Ex-presidente critica decisão do STF e classifica inquérito como “político”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “suprema humilhação” as medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em entrevista concedida após a colocação de tornozeleira eletrônica nesta sexta-feira (18), em Brasília. Alvo de nova operação da Polícia Federal, ele está sendo monitorado e está proibido de manter contato com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, de sair de casa à noite e nos fins de semana, de se comunicar com outros investigados e de manter contato com representantes de embaixadas estrangeiras.

“Sou ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Suprema humilhação. É a quarta busca e apreensão em cima de mim”, afirmou Bolsonaro em frente à sede da Polícia Federal. “O inquérito do golpe é um inquérito político. Nada de concreto existe ali.”

Investigado por supostamente liderar uma tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro também é alvo de outras apurações em andamento. Com o uso da tornozeleira, ele passará a ser monitorado pelas autoridades às vésperas do julgamento que pode levá-lo à prisão.

Durante a entrevista, o ex-presidente voltou a minimizar as acusações, chamando o episódio de “golpe de festim”. Ele negou qualquer intenção de deixar o país: “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem. Não conversei com ninguém sobre isso.”

Questionado sobre o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bolsonaro afirmou acreditar que ele permanecerá nos Estados Unidos. “Acredito que sim. Se ele vier para cá, vai ter problemas.”

O ex-presidente também criticou o governo Lula pela condução das relações com os Estados Unidos, ao comentar o recente anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros. “Em 2019, o Trump cogitou impor tarifa sobre o aço e eu negociei. Agora, o Brasil não está negociando”, disse. “Eu não tenho a menor dúvida de que é perseguição. Que provas têm contra mim? Não tem nada. São só suposições.”

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