Mulher reuniu áudios e vídeos para provar ameaças e agressões antes de pedir ajuda à Justiça
A Polícia Militar de Goiás prendeu, na quarta-feira (27), Paulo Roberto Bageston de Campos, de 51 anos, suspeito de manter a ex-esposa, de 43 anos, em cárcere privado por cerca de oito meses, em Aparecida de Goiânia. A prisão ocorreu após a vítima conseguir contato com sua advogada e entregar provas em áudios e vídeos que registravam ameaças e agressões sofridas durante o período.
Segundo a PM, o acusado foi encontrado dentro da casa da vítima, que confirmou os abusos. Durante revista no local, os policiais apreenderam uma escopeta calibre 12, escondida em um maleiro dentro do guarda-roupa. O suspeito negou as ameaças e afirmou possuir registro da arma como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), mas mesmo assim foi levado para a Central de Flagrantes de Aparecida, devendo responder por cárcere privado e ameaça.
A investigação apontou que, embora não morasse mais na casa, o homem mantinha a ex-companheira trancada, exercia vigilância constante e fazia visitas frequentes, quando praticava agressões físicas e psicológicas. Mensagens enviadas por ele à vítima revelam ameaças de morte. Em um dos áudios, o suspeito afirma: “Eu prefiro ir aí, mato você e me mato. Não estou brincando. Vai continuar me desafiando? O bicho vai pegar. Pode se preparar que vai ter velório. Eu não tenho nada a perder.”
O casal esteve junto por 25 anos, período em que, segundo a mulher, as agressões foram constantes. Um dos filhos também relatou ter presenciado episódios de violência. Ainda na noite da prisão, a vítima conseguiu medida protetiva de urgência, que proíbe o agressor de se aproximar a menos de 300 metros dela, manter qualquer tipo de contato ou frequentar locais em que ela esteja, além de suspender seu porte e posse de armas.
Apesar da detenção, a mulher declarou temer pela própria segurança após a audiência de custódia, prevista para esta quinta-feira (28). Segundo ela, o suspeito já a ameaçou mesmo em caso de prisão: “Eu da cadeia saio, mas você não sai do cemitério.”
