Presidente diz que vai comparar políticas sociais do governo federal com ações de Minas Gerais, São Paulo e Goiás
Durante visita a Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que 2026 será um ano de confronto político direto com governadores de oposição e adotou discurso típico de campanha. Segundo ele, o próximo ano será o “ano da verdade”, quando pretende percorrer o país e colocar lado a lado as políticas sociais do governo federal e as adotadas pelos estados comandados por Romeu Zema (Novo), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil), todos cotados como possíveis candidatos à Presidência pela direita.
Lula afirmou que quer fazer comparações públicas sobre quem cuidou mais da população em áreas como políticas sociais, investimentos e ações estruturantes. Para ele, o momento será de exposição total dos governos. O presidente disse que os próprios governadores poderão escolher os temas do debate, reforçando que não vê critérios em que os estados tenham superado a União no cuidado com a população.
A passagem pela capital mineira ocorreu no contexto da Caravana Federativa, iniciativa lançada em 2023 que reúne o presidente e ministros para ouvir prefeitos e gestores locais sobre demandas regionais e políticas públicas. Lula destacou o caráter participativo do programa e lembrou que projetos estruturantes, como o Novo PAC, foram discutidos com todos os governadores no início do mandato.
No discurso, o presidente voltou a ironizar Romeu Zema ao relembrar um vídeo publicado pelo governador mineiro nas redes sociais em que aparece comendo banana com casca, em crítica ao governo federal. Lula afirmou que Zema não teria se manifestado durante reuniões institucionais e fez novas provocações, dizendo que poderia até oferecer um “curso” para ensinar o governador a descascar banana.
Mais cedo, em entrevista à TV Alterosa, Lula também questionou a capacidade eleitoral de Zema, afirmando que disputar uma eleição presidencial exige contato direto com a população e prestação de contas sobre o que foi feito no estado. Segundo ele, campanhas não se vencem apenas na internet, mas na rua, dialogando com os eleitores.
O presidente aproveitou o evento para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente pela extinção de ministérios durante o governo anterior. Lula afirmou que os dois primeiros anos de sua gestão foram dedicados à reconstrução de áreas como Cultura, Direitos Humanos, Trabalho, Mulheres e Cidades, que haviam sido desmontadas.
Ao abordar o tema da segurança pública, Lula voltou a criticar a flexibilização do acesso a armas promovida no governo passado, afirmando que a política favoreceu o fortalecimento do crime organizado. Para o presidente, o país precisa escolher entre investimentos sociais e culturais ou o incentivo à violência.
Encerrando o discurso, Lula usou metáforas para alertar sobre as escolhas eleitorais de 2026. Disse que, independentemente da aparência, certos projetos políticos mantêm a mesma essência e defendeu que os eleitores decidam que tipo de país desejam: um que invista em educação, cultura e oportunidades ou outro que priorize armas e exclusão social.






