Moraes ignora sanções dos EUA e confirma julgamento de Bolsonaro e núcleo golpista ainda neste semestre

Moraes ignora sanções dos EUA e confirma julgamento de Bolsonaro e núcleo golpista ainda neste semestre

Durante a sessão de reabertura do Judiciário nesta sexta-feira (1º/8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o julgamento dos réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), será concluído ainda neste semestre. Moraes garantiu que sanções estrangeiras, como as impostas pelo governo dos Estados Unidos, não afetarão o processo legal conduzido pela Corte brasileira.

“Este relator vai ignorar as sanções aplicadas e vai continuar trabalhando”, disse Moraes, destacando que todos os quatro núcleos da suposta trama golpista — incluindo o que envolve diretamente Bolsonaro — terão julgamento concluído em 2025. Segundo ele, a soberania nacional e o devido processo legal serão mantidos, independentemente de pressões externas.

As declarações ocorrem após o governo de Donald Trump aplicar sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky, alegando perseguição política a Bolsonaro. A ordem executiva americana suspendeu vistos do ministro e de familiares, além de aumentar tarifas sobre produtos brasileiros. Mesmo assim, Moraes afirmou que “o STF dará uma resposta final à sociedade” e não permitirá interferência internacional.

Na mesma sessão, o presidente do STF, Roberto Barroso, defendeu Moraes, elogiando sua atuação “brava” e afirmando que “a marca do Judiciário é a independência e a imparcialidade”. O ministro Gilmar Mendes também saiu em defesa do colega, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, reiterou que o Brasil é “um Estado soberano que merece respeito”.

O julgamento do chamado “núcleo 1” — o mais importante, segundo a PGR — já está em fase final. Após a apresentação das alegações finais de Mauro Cid e da Procuradoria-Geral da República, os demais réus, incluindo Bolsonaro, Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno, têm até 13 de agosto para entregar suas defesas. A votação no STF está prevista para setembro.

Os crimes atribuídos aos acusados incluem organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e danos qualificados ao patrimônio público. A expectativa é de que as decisões tenham forte impacto político no cenário das eleições de 2026.

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