Articulação visa unir direita em Goiás
O Partido Liberal (PL) de Goiás decidiu não apresentar recurso contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) que reverteu a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e manteve os mandatos do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), e da vice-prefeita Cláudia Lira (Avante). Com isso, o processo será encerrado na Justiça Eleitoral.
A decisão do PL foi fruto de uma articulação política envolvendo Caiado, Mabel, o presidente estadual do PL, senador Wilder Morais, e o ex-deputado Fred Rodrigues (PL). O movimento indica um novo alinhamento estratégico entre os líderes do União Brasil e do PL em Goiás.
Reaproximação com Bolsonaro influenciou decisão
A desistência de recorrer ocorre em meio a sinais de reaproximação entre Ronaldo Caiado e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Dois dias após lançar sua pré-candidatura à Presidência da República em Salvador, Caiado esteve em São Paulo, onde participou de um ato a favor da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Na ocasião, Bolsonaro demonstrou apoio público ao governador: “Se Deus quiser, Caiado vai conseguir reverter a inelegibilidade”, afirmou durante o evento. Fontes próximas ao governador apontam que a articulação com o PL tem como objetivo fortalecer uma frente unificada da direita no estado.
Entenda o caso
No início de abril, o TRE-GO reverteu uma decisão de primeira instância que tornava Caiado inelegível por oito anos, além de cassar os mandatos de Sandro Mabel e Cláudia Lira. A denúncia se referia a suposto abuso de poder político nas eleições de 2022.
Na nova decisão, os desembargadores reconheceram irregularidades, mas entenderam que não eram graves o suficiente para justificar cassações ou inelegibilidade. As penalidades foram convertidas em multa.
Com a retirada do recurso por parte do PL, o julgamento se encerra e os mandatos de Caiado, Mabel e Cláudia Lira seguem garantidos.