PT avalia três estratégias para disputar o governo de Goiás em 2026

Setores da legenda divergem entre apoiar ex-governadores aliados, buscar nomes de centro-esquerda ou lançar candidatura própria

O Partido dos Trabalhadores (PT) ainda não definiu qual caminho seguirá nas eleições estaduais de 2026 em Goiás. Internamente, a sigla se divide em três frentes distintas — cada uma defendendo uma estratégia diferente para a disputa ao governo.

Uma das correntes, que chegou a ganhar força no início das articulações, defendia uma aproximação com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Nos últimos meses, no entanto, essa possibilidade perdeu apoio entre os petistas. “Tinha um grupo que era a favor do Marconi, mas percebeu que ele não quer o PT e desistiram”, disse um integrante do partido.

A avaliação é de que Perillo, que tenta se reposicionar politicamente, tem buscado se aproximar do PL e do senador Wilder Morais — nome cotado para representar a legenda na corrida ao governo.

Outra ala discute a possibilidade de uma aliança com figuras do campo progressista, ainda que não necessariamente de esquerda. Nesse contexto, o nome do ex-governador José Eliton (PSB) é visto como uma alternativa viável. Segundo interlocutores, Eliton teria condicionado uma eventual candidatura ao apoio direto do presidente Lula, além de suporte financeiro e político do PT, PV, PSB e PCdoB.

Há, por fim, um grupo que insiste na construção de um nome próprio dentro do PT. Essa corrente defende que a legenda apresente um candidato filiado ao partido, embora reconheça a dificuldade em encontrar uma liderança com projeção estadual. “Estão na busca de um nome grande do próprio PT, mas a maioria dos quadros fortes hoje são vereadores ou deputados”, explicou uma fonte.

Enquanto as negociações continuam, as reuniões internas se multiplicam. “São encontros e mais encontros para decidir com quem o partido vai ficar nessa história”, resumiu um dirigente envolvido nas discussões.

Outro integrante pondera que o impasse reflete a dimensão e a diversidade interna da legenda. “O PT é muito grande. São 50 mil filiados, 27 vereadores, três prefeitos, deputados estaduais e federais, além de uma militância ativa. Por isso, não é simples chegar a um consenso sobre o rumo do partido em Goiás”, afirmou.

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