Redução do desmatamento no Cerrado é registrado pela primeira vez em cinco anos

Desmatamento no Cerrado diminuiu 8.174 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024

O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, registrou sua primeira redução no desmatamento em cinco anos, conforme relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram desmatados 8.174 km² de vegetação nativa, uma queda significativa em relação aos anos anteriores e resultado de ações intensificadas de fiscalização e colaboração entre o governo federal e estados do bioma. Esse esforço conjunto evitou a emissão de aproximadamente 41,8 milhões de toneladas de CO₂.

A diminuição do desmatamento, medida pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento no Cerrado por Satélite (Prodes Cerrado), do Inpe, foi observada, principalmente, nos estados que compõem a fronteira agrícola conhecida como Matopiba — Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Esses estados, que são responsáveis por 76% do desmatamento do Cerrado, apresentaram reduções expressivas em relação ao ano anterior. A Bahia teve a maior redução, com uma queda de 63,3%.

O governo federal, por meio do Ibama, intensificou as ações de fiscalização no Cerrado e na Amazônia, aumentando as multas por desmatamento e queimadas em 98% em comparação ao período entre 2019 e 2022. Em paralelo, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu um pacto com os estados de Matopiba para reforçar medidas de combate ao desmatamento ilegal e promover a preservação de recursos hídricos e biodiversidade. A ministra Marina Silva destacou a importância dessa colaboração para ampliar a transparência e melhorar a eficácia das sanções ambientais.

Apesar da queda, o volume de desmatamento ainda é elevado, o que preocupa organizações como o WWF-Brasil. O especialista Daniel Silva alerta que o setor privado precisa adotar medidas mais comprometidas com a preservação ambiental, visto que grande parte do desmatamento ocorre em propriedades privadas, onde a pressão econômica é intensa. Silva reforça a necessidade de um fortalecimento da legislação ambiental para conter a expansão agrícola e proteger o bioma.

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