Conforme o documento, incidentes já foram registrados no local
Um relatório técnico elaborado por profissionais do Instituto Federal de Goiás (IFG) aponta graves falhas de segurança nos laboratórios de Química e Biologia do Câmpus Goiânia. O documento revela riscos reais de acidentes como explosões, vazamentos de substâncias tóxicas e até incêndios, com potencial de afetar não só o ambiente interno da instituição, mas também imóveis vizinhos.
Entre os problemas destacados estão o armazenamento irregular de produtos inflamáveis e corrosivos, a ausência de rotas de fuga, e a proximidade de equipamentos que atingem até 1.000 °C de divisórias feitas com materiais inflamáveis como papelão. O relatório ainda cita a falta de alarmes de incêndio e de extintores em condições adequadas.
O levantamento também traz à tona incidentes já registrados, como a explosão de um reator próximo a um usuário, vazamento de ácido durante uma aula, princípio de incêndio em equipamento de grande porte e casos de intoxicação que exigiram atendimento médico com ventilação mecânica.
Um servidor ouvido sob anonimato relatou que a direção do câmpus teria sido informada sobre os problemas, mas as providências necessárias não foram adotadas. Em um dos episódios mais preocupantes, em julho de 2023, um princípio de incêndio foi controlado por um funcionário. O incidente ocorreu próximo à única rota de saída dos laboratórios, o que poderia ter agravado a situação.
Além disso, um parecer do Corpo de Bombeiros emitido em 2019 já havia apontado uma série de exigências de segurança, como sinalização adequada, sistema de alarme, iluminação de emergência, hidrantes em funcionamento e formação da brigada de incêndio. Segundo o relatório recente, parte dessas medidas ainda não foi totalmente cumprida.
Resposta do IFG
Em nota, o IFG afirmou que o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico do Câmpus Goiânia está em fase final de execução. O instituto garantiu que todas as obras solicitadas na última vistoria do Corpo de Bombeiros já foram concluídas e que agora aguarda nova inspeção para liberação definitiva.
O IFG informou ainda que extintores foram instalados dentro da validade e que uma nova tubulação de água, com reservatório específico para combate a incêndios, foi implantada. A instituição nega que tenha havido registros de acidentes ou irregularidades nos laboratórios sob a atual gestão.