Tarifas dos EUA acabam impulsionando o real e fortalecendo economia brasileira

Medida criada para pressionar o Brasil atraiu investimentos, elevou exportações e gerou efeito oposto ao planejado

A decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada como forma de pressionar a economia nacional, produziu um resultado inesperado. Em vez de enfraquecer o Brasil, a política comercial norte-americana acabou beneficiando a moeda brasileira e impulsionando setores estratégicos.

Nos últimos 30 dias, o real registrou o melhor desempenho entre as principais moedas globais, valorizando-se frente ao dólar. O chamado “tarifaço” estimulou o ingresso de capital estrangeiro, aumentou a procura por exportações brasileiras e reforçou a confiança na política monetária conduzida pelo Banco Central.

O objetivo inicial dos EUA era tornar os produtos brasileiros menos competitivos, mas o efeito foi inverso: o real ganhou força, importações ficaram mais baratas e a imagem do Brasil como parceiro comercial sólido foi fortalecida. Politicamente, a medida também frustrou setores da extrema direita brasileira, que defendiam as tarifas como forma de enfraquecer o governo.

O episódio evidencia que barreiras e sanções econômicas, quando guiadas por interesses ideológicos, podem gerar consequências opostas ao planejado. No caso brasileiro, a tentativa de pressão se converteu em vantagem, deixando claro que, em um mercado globalizado, ações protecionistas mal calculadas tendem a se voltar contra quem as adota.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *