Kliutchevskoi entra em atividade após forte tremor na península de Kamtchatka, no leste da Rússia; ondas atingem até cinco metros e afetam países do Pacífico
Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu a península de Kamtchatka, no extremo leste da Rússia, na madrugada desta quarta-feira (30, horário local), provocando a erupção do vulcão Kliutchevskoi — o maior e mais ativo de toda a Eurásia. O forte abalo sísmico gerou ondas de tsunami de até cinco metros e levou autoridades a emitirem alertas em diversos países banhados pelo oceano Pacífico, entre eles Japão, Indonésia, Filipinas, México, Colômbia, Equador, além de regiões dos Estados Unidos como Alasca, Havaí e Califórnia, e também o Canadá.
A informação foi confirmada por fontes oficiais russas. Segundo o Serviço Geofísico Unificado da Academia de Ciências da Rússia, explosões e o fluxo de lava foram registrados na encosta oeste do vulcão. A atividade intensa foi descrita como “um forte brilho sobre a cratera”, conforme comunicado publicado no Telegram. Até o momento, não há confirmação de vítimas.
O Kliutchevskoi, ou Kliutchevskaia Sopka em sua forma mais formal, tem 4.750 metros de altitude e possui uma longa história de atividade, documentada desde o século XVII. Formado há cerca de 7 mil anos, ele é classificado como um estratovulcão — tipo caracterizado por forma cônica e formado por camadas sucessivas de magma solidificado, cinzas e rochas. É do mesmo tipo que o Eyjafjallajökull, cuja erupção em 2010 causou o fechamento do espaço aéreo europeu por semanas.
Apesar de estar em uma região remota e com baixa densidade populacional, a área de Kamtchatka é bastante procurada por turistas em busca de trilhas e experiências vulcânicas. O entorno do Kliutchevskoi possui infraestrutura básica para aventureiros, com áreas de camping e cabanas, mas o acesso ao vulcão é restrito — só é permitido chegar a menos de 5 km da base com autorização especial.
O terremoto desta quarta-feira entrou para a lista dos mais intensos da história, ocupando a sexta posição entre os maiores já registrados no planeta. Curiosamente, a mesma região foi cenário de outro tremor de magnitude semelhante em 1952.
