O curta-metragem “Não Existe Ninja de Pele Preta”, dirigido pelo anapolino Erik Ely, estreia no próximo dia 7 de junho, às 20h, no CinePrime do Anashopping, em Anápolis. A obra destaca o protagonismo negro no universo nerd por meio da história de Kami Júpiter, cosplayer que enfrenta o preconceito racial para afirmar sua identidade nos personagens que ama.
A produção recebeu recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Prefeitura de Anápolis e da Secretaria de Integração, e propõe uma reflexão sobre representatividade e pertencimento em um espaço historicamente excludente.
Resistência por meio da fantasia
Misturando documentário e performance, o curta acompanha a rotina de Kami, que ressignifica o cosplay — prática de se caracterizar como personagens da cultura pop — ao adaptar trajes e narrativas para incluir traços da sua identidade negra.
A obra foi inspirada em uma pesquisa acadêmica desenvolvida por Ely no Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais (PPGPC/UFG) e percorre os bastidores da cena geek, revelando como cosplayers negros constroem redes de apoio e novos espaços de visibilidade, mesmo diante de olhares preconceituosos.
“Estamos falando de pessoas que, antes de serem cosplayers, são negras e conscientes dos desafios que enfrentam”, explica o diretor. “O filme mostra que sim, existem ninjas de pele preta — e qualquer pessoa pode fazer cosplay. Não há espaço para discriminação.”
Produção e elenco
Gravado entre julho e novembro de 2024, com locações em Goiânia, Brasília e Diadema (SP), o filme conta com trilha sonora original assinada por artistas goianos, misturando orquestração com batidas de rap. O elenco principal reúne Kami Júpiter, Marcus Lazaro e Ana Gusmão, além da participação especial do dublador Raul Schlosser, voz brasileira de Jiraiya no anime Naruto.
A realização é da DuLuna Produções, com distribuição da Filmes Que Não Se Veem e apoio de coletivos como Filmes de Preto, Dafuq Filmes, Tônus e da própria UFG.
Sinopse
No universo cosplay, onde tudo pode ser adaptado, a mera mudança do tom de pele de um personagem ainda enfrenta resistência. Em meio ao preconceito racial e de gênero, a cosplayer Kami Júpiter mostra que todos podem se ver representados nos personagens que amam — e que, sim, existem ninjas de pele preta.