Estado manteve os preços estáveis após redução de R$ 0,17 no preço do litro do combustível. Valor pago pelas distribuidoras chega a R$ 2,33
Apesar da redução de R$ 0,17 no litro da gasolina repassada às distribuidoras, anunciada pela Petrobras no dia 2, o preço nas bombas em Goiás se manteve praticamente inalterado. O valor médio no Estado é de R$ 6,43, R$ 0,18 acima da média nacional, que é de R$ 6,25.
Segundo o economista Luiz Carlos Ongaratto, mesmo sendo um dos maiores produtores de etanol do país, Goiás ainda registra valores elevados. “Fora de Goiânia, em cidades como Nerópolis, o preço já está mais baixo. O consumidor precisa ficar atento”, afirma.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, explica que a gasolina vendida pela Petrobras às distribuidoras é pura, e a redução nem sempre é repassada na mesma proporção. Além disso, 27% da composição da gasolina vendida nos postos é de etanol, e os custos operacionais também influenciam o valor final.
“Tem empresa com margem mais confortável que consegue repassar a queda. Outras, com preços já mais baixos, não conseguem reduzir”, destaca Andrade.
Entre janeiro e meados de maio deste ano, 40 postos foram autuados e 46 notificados pelo Procon-GO. Pelo menos 28 deles foram flagrados com aumento abusivo de preços. Em 2023, o órgão registrou 179 autuações por reajustes injustificados.
O alto custo em Goiás é explicado, em parte, pelo valor cobrado no Terminal de Senador Canedo, que recebe o segundo combustível mais caro entre os 17 pontos de distribuição da Petrobras no Brasil. O litro da gasolina enviado para o terminal custa R$ 2,33, atrás apenas do valor em Mato Grosso (R$ 2,43) e acima do praticado no Distrito Federal (R$ 2,29).
“A logística é mais cara. Não temos duto para transporte. O combustível vem da refinaria de Paulínia, em São Paulo, de forma terrestre, o que encarece o processo”, explica Ongaratto.
Para Márcio Andrade, o problema também está na falta de concorrência, já que os dutos pertencem à Petrobras, impedindo o uso por outras empresas. “Se fossem compartilhados, distribuidoras poderiam importar e enviar via duto. Em Goiás, não há concorrente da Petrobras. Em regiões como o Norte, que são mais distantes, há competição e o produto importado chega”, afirma.
A Petrobras informou que, com a redução de R$ 0,17, o preço médio da gasolina A vendida às distribuidoras passou a ser de R$ 2,85 por litro, o que representa uma queda de 5,6%. Considerando a mistura obrigatória com etanol anidro, a parcela da Petrobras no preço da gasolina C passou a ser de R$ 2,08/litro, com redução de R$ 0,12.
Desde dezembro de 2022, a estatal acumula uma redução de R$ 0,22 por litro, uma queda de 7,3%, impulsionada pela queda dos preços internacionais do petróleo.
Segundo a Petrobras, o valor cobrado pela empresa representa cerca de um terço do preço pago pelo consumidor. O restante é composto por:
- Custos e margens de lucro de distribuidoras e revendedores;
- Preço do etanol anidro adicionado à gasolina;
- Impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins);
- ICMS, imposto estadual cuja alíquota varia conforme o Estado.